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José Lins do Rego (à direita) e Manuel Bandeira. Foto: Arquivo da ABL
José Lins do Rego (1901-1957) foi um romancista, cronista e ensaísta brasileiro.
Formado em 1923 na Faculdade de Direito do Recife, já estava inserido no mundo literário, pelo jornalismo, publicando crônicas em vários periódicos.
Seu estilo é despojado de artifícios literários, descrito por ele mesmo como um escritor instintivo e espontâneo. Apesar disso, trabalhava com maestria o estado psicológicos dos personagens. Alguns críticos acreditam que o autor ajudou a construir uma nova forma de escrever fundada na “obtenção de um ritmo oral”. Segundo Otto Maria Carpeaux, José Lins era “o último contador de histórias.”

Foto: Reprodução
Sua obra, um marco histórico da literatura regionalista, é considerada precursora de um novo romance moderno brasileiro. Ele retrata o meio em que foi criado, compondo um quadro, mais critico do que nostálgico, da decadência do sistema econômico açucareiro nordestino – os engenhos e fazendas, a sociedade patriarcal, o regime semi-escravocrata, o cangaço, a seca, o misticismo…
Sérgio Milliet afirmou que Zé Lins fez uma grande obra ao “oferecer-nos uma imagem muito nítida do Nordeste dos últimos engenhos, evoluindo lentamente entre crises políticas e lutas domésticas, modorrento sob o sol das secas.”
Seu romance de estreia, “Menino de Engenho” (1932), recebeu muitos elogios da crítica e mereceu o Prêmio da Fundação Graça Aranha. Juntamente com “Doidinho” (1933), “Bangüê” (1934), “O Moleque Ricardo” (1935), e “Usina” (1936), compõem “Ciclo da cana-de-açúcar” da sua obra.
Volto hoje às minhas criaturas, aos rudes homens do cangaço, às mulheres, aos sertanejos castigados, às terras tostadas de sol e tintas de sangue, ao mundo fabuloso do meu romance, já no meio do caminho.“
Sua magnum opus, “Fogo Morto” (1943), incluído no mesmo Ciclo, é visto por Massaud Moisés como “uma das mais representativas de todo o Modernismo”.
Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1955, para a cadeira 25.
Seu romance “Riacho Doce” (1939) foi transformado em minissérie para a televisão, em 1990.
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